domingo, 11 de março de 2007

Solidão&Consciência, Pênis&Bundas.


O dia amanheceu sem raios de sol, sem o calor aquecendo o ar, sem risos e sem choros.
Mais uma madrugada passada entre quatro paredes e, durante boa parte dela o único clarão da minha existência foi a tela do meu do monitor.
O cérebro ainda não parou de pensar e até quando mijei eu pensei e, olhando pro meu pau, tentei recordar se ele já fora maior algum dia. Eu o olhei, olhei e por mais que tentasse eu não consegui. E isso começa se tornar preocupante conforme a gente se pega sendo tocado pela velhice e, esse negócio do tamanho do pau nem é por achar qual é tipo de impressão que posso estar causando às mulheres ,afinal, P, M ou G ele tem cumprido o seu papel. E, em não sendo esse o motivo, só restou a opção de ser uma questão de amor próprio ou de autopreservação de mim. Seria mais ou menos como se eu olhasse pra Dona Natureza com cara de poucos amigos e lhe questionasse : - Que merda! vai encolher o meu pau? O que ele tem a ver com isso?- E a Dona Natureza, ar de sacana e sorrisinho besta me fulminaria: - O tempo é inexorável com todos, meu bom velhinho!- E aí a gente percebe que nada há a ser feito. Então, eu continuo olhando-o e me questiono se as mulheres sofrem das mesmas preocupações. E me ocorre que sim. Acho que elas deslizam as mãos em si e apalpam o volume e verificam a flacidez dos seios. Em seguida verificam as formas das pernas e olham pelo espelho e esperam ver no fomato das nádegas algo que ainda possa ser atraente, se ainda são altas ou arrebitas. E, qualquer que seja o resultado, a memória se fixará em alguns anos anteriores e elas se recordarão que o conjunto fora mais vigoroso, mais esbelto. Relembrarão o bumbum empinado e firme, e o quanto ele deixava um sujeito mauluco só em vê-la passar no justíssimo jeans. Então chego a conclusão que a Dona Natureza é implacável e que tentamos ludibriá-la com a tecnologia da estética. E nesse campo, há cirurgiões e esteticistas pra todos os paladares e então dá-lhe plástica, silicone, lipoaspiração, botox e outros bichos. Nas mesmo assim, quando optam por um desses caminhos, sabem que a manutenção é obrigatória e tão importante quanto ao ato da "reforma" em si. E aí?
Bom, aí só ao abastado financeiramente falando, sob pena de assim não o fizer de ver a emenda ter saído pior que o soneto. Mas como essa possibilidade e destinada a poucos privilegiados, sabemos nós, os pobres e meros mortais, que trilharemos o caminho da naturalidade e, que ela, soberana, nos fará sentir a ação do seu tempo.
Bem, afinal não era bem sobre isso que estava pretendendo falar e sim, tentar encontrar algum significado pra nostálgica solidão.
Sou solitário por opção e as vezes, zanzando por aí, lendo uma coisa ou outra internet afora, deparei-me com uma crônica de um escritor onde ele diz categoricamente que prefere os animais aos homens. Como ele não mais se encontra entre nós, se torna impossivel perguntar-lhe se o seu cachorro assaltasse a comida da sua geladeira, se vestisse as suas roupas, sapatos, ou o seu gato mijasse fora do vaso sanitário e defecasse em cima da louça do jantar, se ele manteria a mesma opinião. Eu acredito que não. Claro que nós amamos os animais e principalmente os nossos mas, a grande vantagem que eles levam sobre nós é o fato que geralmente só atacam quando se sentem acuados e ameçados na sua preservação da espécie. E isso os torna únicos e bem diferentes de nós que, não necessitamos sentir-nos ameaçados para poder atacar e destruir. E um fator leva a outro e então percebo no que nos tornamos e passo a admitir a nossa hipocrisia quando falamos que devemos ajudar e amar o próximo como se fora nós mesmos. Falamos, emocionamo-nos, fazemos até programas de TV e somos capazes de derrubar algumas lágrimas mas não compartilhamos o que é nosso e, mesmo que sejamos essencialmente bons, uma ou outra vez vamos nos pegar na contravenção daquilo tudo que dizemos defender. E por mais que briguemos com nossos "EU" sacamos que somos humanos, portanto,inconstantes e, mesmo na eventualidade de sermos bons, haveremos, uma hora ou outra, de ser mesquinhos e maldosos. Mas como,genéticamente, somos portadores de alguma astúcia e malandagem, sempre procuraremos usar as situações que possam nos favorecer e, mesmo não gostando de admitir, sabemos que nos justificamos em velhos ditados, tal como o “olho por olho e dente por dente” para abrandar a expressão e a sede da nossa vingança.
Com isso, concluo o seguinte; Nunca deveremos esperar muito de nós e, imaginarmo-nos lineares o tempo inteiro é mera utopia.
Somos e havemos de ser tal qual os dias. Uns serão belos e ensolarados e outros, cinzentos e chuvosos.
Hoje por exemplo, me sinto meio sujeito a trovoadas.

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