terça-feira, 6 de março de 2007

Um Domingo de filés e toda a doçura do mundo


Todos nós podemos ter um domingo especial em nossas vidas, e eu me recordo de um em especial .
Era um domingo que na verdade havia começado no sábado por volta das 9 e meia da noite. Estranho mas pela primeira vez estava vendo a Valdete e confesso; não tão bela quanto as suas fotos (a fotogenia nos torna bonitos) mas mesmo assim ela estava lá, real e não mais virtual. Lembro que na sexta havia postado algo na minha página do Orkut pra deixar sangrar um pouco dos sentimentos que me doíam. Acho que por vezes sentimos a necessidade de mostrar nossas feridas, mas sei que em muitas ocasiões nos fazemos de durões, orgulhosos e, então não queremos que vejam os nossos pontos vulneráveis. Claro, há todo o ranço machista, afinal queremos fugir dos estereotipos dos fracos, então permanecemos na nossa e preferimos a omissão. Mas que merda! seria sempre assim? Pra quê e por quê?

E essa exposição dos meus ferimentos foi pública, sentida e compartilhada por alguns que as leram e foi onde percebi que tem gente preocupada com você e com as suas emoções, e então fui acariciado, massageado e amei a sensação de solidariedade,porque as vezes nos valemos destes espaços virtuais só para o transbordar dos nossos egos e eu também acho que as vezes não fujo à regra. Voltando à Valdete, houve algo que me emocionou pela inusual solidariedade; Ela tem carro, eu tenho carro, mas ela mora muito longe de onde eu moro e então ela se posicionou de forma surpreendente ao dizer ao telefone

- Olha, pra você me pegar fica longe e pra ir de carro a noite eu não gosto, então pego o metrô e você me apanha na estação, Ok? -

Cara! eu não acreditei! Então aprontei os filés e queimei parte da mão e do braço ao virá-lo e ter escapado do garfo e respingado óleo fervente. Eu estava dolorido mas havia passado uma pomada pra aliviar a dor e fui pegá-la na estação.
Bom então ela chegou e a encontrei onde combinamos e ela parecia bem feliz ao me abraçar e depois beijar

- Esse é o meu Véi! - disse-me com um sorriso lindo.

Eu também sorri e lhe dei o braço e depois de 10 minutos de caminhada estávamos em casa e acreditem; ela fez valer cada local queimado, ela fez valer cada jato daquele óleo fervente que me ardeu como se eu fosse o próprio inferno.
Hoje, (domingo) quatro da tarde fizemos o trajeto de volta e sorriamos ainda. E ao ir, ela beijou docemente os locais das queimaduras, e disse docilmente

- Véi, amei o seu filé à parmegiana!!

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