domingo, 7 de junho de 2009

Paris & Texas - By Véio China -

“Despida de roupas e pudores a louca profana foi fecundada por quinze homens de gesso nas melancólicas corredeiras do rio Saigon”

Glória era do tipo de mulher que via poesia até em gibis do Fantasma. Evidente, eu tanto mais severo, sabia que aquela frase não mantendo compromisso com a coerência mais se assemelhava a um amontoado de palvaras.

-Pai, a sua viagem será no fim do mês? Você havia dito que queriam sua palestra numa universidade do nordeste.

-Não. Não será mais – Respondi secamente –  No dia anterior eu recebera a comunição da universidade dispensando-me da apresentação.

“Prezado senhor Bodawski

Cordiais saudações
Por questões de calendário estamos cancelando sua
palestra, talvez para uma data oportuna.
Comunicaremos qualquer decisão”

Certamente eu não acreditava que houvesse alguma verdade ali. O mais provável é que eu tivesse sido alvo de preconceitos de alguma associação da localidade, quem sabe uma moção de repúdio das Senhoras da Liga Católica, afinal é comum ao reitor nordestino alimentar estreitos laços com a Igreja e suas representações locais. Portanto aqueles garotos e garotas acostumados aos shows de sertanejos universitários dos parques de exposições  teriam que esperar nova oportunidade para se haverem com o grande escritor.

Claro que compreendi, ainda mais pelo fato de minha literatura ser considerada porngráfica.
Aliás, verdadeiramente nunca me tive na excelência de um escritor, mas apenas um sujeito que escrevia o que desse na telha deixando questões gramaticais para aos revisores da língua mãe.
Eu jamais seria um Celine, Fante, Faulkner ou mesmo o velho Hemingway . Entendia perfeitamente que me encontrava há duas galáxias de Machado de Assis ou José de Alencar. Afinal, eu era apenas o escritor tido como  "O senhor das prostitutas" – um marginal no mundo das letras.

Glória, percebendo o meu desencanto insistiu seus olhos em  mim por alguns segundos para depois se manifestar.

-Tsc, tsc, tsc – Nesse país não há compromisso com nada! Não há respeito por ninguém!-  Ela disse tentanto levantar o meu astral. Olhei pra ela com carinho.

Glória estava comigo há oito anos – Recordo que a conhecera numa tarde de autógrafos em uma pequena livraria do centro de Curitiba. Na época os rapazes das universidades me achavam o máximo. Porém o fato jamais se constituiu novidade, afinal esses garotos são fissurados por estórias de prostitutas, bêbados e suas bebedeiras. Todavia  nós os escritores do submundo tivemos o nosso tempo e agora nos pegávamos à marginalidade, ao fracasso de vendas e público, uns pobres devassos a mercê das cópias gratuitas e piratas de obras disponibilizadas na internet.  Porém isso não vinha ao caso e observava  Glória se arrumar e a mesma magia do olhar e do seu corpo ainda estavam lá, intactas Repentinamente ela me rapta dos pensamentos.

-Caraca, pai! Essa foi de lascar! Justo nesse mês?  Foi muita falta de consideração desse pessoal.  – Disse num lamento de quem sabia que estava suportando as despesas de casa.

Glória continuou a se arrumar já que pegaria no trabalho nas próximas duas horas – Sim, era um emprego bem remunerado na supervisão do departamento de tecidos importados num grande magazine de São Paulo. E a sua função, mais que merecida, afinal Glória se ralara por bons três anos até galgar a posição, um justo reconhecimento ao esforço e competência.

-Sabe...o Nicolau continua dirigindo gracejos para mim. Aquele idiota não se manca! – Reclamou ao rumar à cômoda para escolher bijuterias que adornariam o seu rosto. Glória estava especialmente linda naquela saia justa de tom esverdeado e inspecionava-se ao espelho deslizando as mãos pelo traseiro a fim de assentar o tecido ao corpo – Eu pensava sobre o que dissera sobre Nicolau, o gerente geral do magazine.

-Bem..esse cara sempre foi e será um escroto. Lembro do caso que você me contou, da menina do departamento pessoal e do bilhete azul por ter dado um tapa na cara do safado - Respondi. Glória assentiu com a cabeça ao ultimar os detalhes do seu ritual.

Era estranho e eu me embevecia ao flertá-la sem perder qualquer dos seus detalhes e movimentos,  nem mesmo a franjinha que conferia  a ela um ar maroto e excitante. Eu podia entender a dificuldade de  Nicolau e da maioria dos homens com quem ela trabalhava, afinal, impossível não se deslumbrar diante dum bumbum tão perfeito e que se acentuava sob o tecido nas marcas das pequena calcinhas que vestia. E antes de borrar os grossos lábios num batom vermelho encarnado ela me beijou e enfiou sua língua em minha boca – Sorri para ela deslizando minhas mãos no seu traseiro; Me excitava o gosto da hortelã impregnado em sua língua após escovar os dentes–

-Daw, hoje eu to muito, muito a fim mesmo! – Sentenciou ao findar os ritos da vaidade. De quebra, novamente mordiscou meus lábios e apertou o meu pau. Ah sim! Vez ou outra Glória usava parte do meu nome para chamar-me de Daw.

Eu me excitava quando me dizia coisas daquele tipo dando vazão ao seu instintos felino. Devolvi um sorriso sacana àquele hábito seu de me prevenir da  suas vontade, geralmente manisfestas na tradicional  apertada do meu pau. Portanto aquela seria a noite de me desdobrar para a satisfazer a minha pantera. Depois com tudo providenciado perguntou-me se estava bonita e pisou fortemente em cada um dos pés para ajustar os saltos de 10 cms aos sapatos – “Estou amando loucamente a namoradinha de um amigo meu” – Ela cantarolou a música ao rumar à direção da porta de saída – Roberto sempre esteve entre os 10 mais no top list de Glória. Eu ria e achava curioso, afinal o que poderia haver de cimum entre ela e Roberto? A inda com um cara que nada tinha a ver co a sua geração? - Nada! absoluatmente nada. Sorri mis uma vez; Não que gostasse de Roberto, mas o respeitava e reconhecia o seu carisma

--Beijos, Daw! Te amo! - Ela de despediu

-Beijos, amor! Também te amo! - Retribui ao fechar a porta e girar a chave. Rapidamente encaixei uma das vistas nio olho mágico e a vi sair pelo pequeno jardim. Ao passar pela roseira, confundi-as.

Assim que se foi eu pensei seriamente sobre o ato de “fazer amor”, e não soube elucidar, mas ultimamente me sentia melhor escrevendo sobre uma boa trepada do que propriamente participando dela. Talvez eu andasse excessivamente desconcentrado, disperso e preocupado com a minha literatura que não mais ia há lugar algum. Também pensava nas diferenças que nos cercavam, principalmente as idades – Ela 28,  eu 55 – E isso invariavelmente me fazia comparar os nossos rítmos,  performances, e infalivelmente eu concluía que éramos nada mais que motores em funcionamento assim como de um carro, avião ou trator. E sendo máquinas fadavamo-nos ao obsoleto, ao fim, ao largar o posto para um modelo mais novo, assim como os japoneses que, friamente se quedam ao novo ao jogarem no lixo os seus equipamentos ás vezes nem tão velhos.
E isso me preocupava sobremaneira, já que, com um prazo de validade a caminho do fim poderia ser e ter-me como a bola da vez. Recordo de ter tocado nesse assunto com Glória por umas três ou quatro oportunidades, geralmente em estado não tão sóbrio. – “Que pensamento absurdo, Daw!” Ela dizia com um sorriso compreensível nos lábios. Geralmente naquelas ocasiões ficávamos pensativos, porém Roberto Carlos não gostava de ver pessoas circunspectas –“Eu te darei o céu meu bem/E o meu amor também” Foi o que ela e Roberto cantaram para mim naquela noite. Bem, nada mal, afinal aquela noite culminou com juras de amor e gemidos sob os lençóis.

E agora que ela se fora eu sentia  saudade e eu nada tive  a fazer salvo entreter-me aos pensamentos que diziam à nossa forma de relacionar.  Pensamentos que poderiam se transformados em idéias para um ótimo texto, quem sabe até um novo livro, porém nada acontecia nada, e eu nada produzia. Fui para o quarto e me deitei e achei estranho estar ali em plenas duas da tarde, entediado e olhando para o teto como se esperasse das lâmpadas econômicas as soluções para todas as dificuldades.
Inquietei-me, abandonei a cama e fui para a cozinha e sobre a mesa um casal de mosquitos tentavam copular, aliás, o macho insistia em copular. Eu procurei não atrapalhar e assim o mosquito se posicionou  em cima dela e vigorosamente agitava suas asas a fim de ajeitar-se numa melhor posição. Ela, arisca,  indicando não sentir a menor vontade duma transa relâmpago fugia do cortejador. Porém o mosquito não se dava por vencido até que ela, ligeira,  voou para longe do seu instinto reprodutor, acabando com a festa. Aquilo me entreteve por algum tempo, ma percebendo que estavam fadados ao fracasso desinteressei por completo – Será que moscas teriam TPM? – Hã? Sorri de mim mesmo. Um cretino sorrindo de suas cretinices.

Na janela da cozinha a claridade denunciava um sol abrasivo. Saindo pela porta rumei para o pequeno quintal. Na grama, deitado, o gato do vizinho que repousava tranquilamente assustou-se com o meu barulho e em largos pulos ganhou o muro divisório e depois saltou para cima do meu telhado. De lá, persistente e mal encarado ficou a me fitar, como dissesse – “Pô cara, tu é um desmancha prazer” – Eu achei engraçado e também o olhei por algum tempo até que,  desinteressado,  virou o corpo de pelos negros e seguiu ao longo do telhado e desapareceu das minhas vistas.
Momentaneamente senti vontade de ser ou parecer como ele e então me esparramei no gramado e rente a relva fiquei a observar a existência que havia ali. Impressionei-me com a cadeia produtiva e com as centenas de formigas que como um exército marchava carregando ínfimos pedaços de folhas, para serem depositados no fundo do formigueiro – Um pouco mais adiante mexi e toquei com um graveto em dois caramujos que se recolheram desconfiados. Pouco mais à frente Cid e Nancy, o nosso casal de tartarugas trocava carícias. O bom e velho Cid sempre me pareceu fanático por sexo e se mantinha em plena forma com as pastas sobre o casco da submissa Nancy que, imóvel parecia não querer quebrar o barato do velho companheiro.
 “Deus! Será que todos não conseguem pensar em outra coisa?” – Resmunguei - O sexo podia ser visto a olho nu por todos os lugares daquele gramado. Era só ter um pouco de paciência para deparar-se com ele –

Fiquei por lá por quase uma hora com sol tostando meu rosto e braços – Eu sempre fora sensível aos os raios solares – A face e os mebros superiores ardiam quando achei melhor voltar para a casa. Entrando no quarto procurei o controle do DVD e coloquei no aparelho um filme que Glória locara no dia anterior. - Paris-Texas era o nome – Achei o título interessante. Afinal o que poderia significar Paris-Texas? – Assistindo foi que descobri que era o nome dum diminuto vilarejo do interior dos Estados Unidos.

Sim, um filme dramático que contava uma estória emotiva e angustiante, porém sem ser piegas.
Estranhamente me senti na pele do personagem central – Um cara desesperado que saiu à procura da mulher, 27 anos mais nova e que sumira de casa dum momento para outro– E a louca busca terminou depois de muito tempo no puteiro de um lugar escaldante, Paris Texas, onde as únicas diversões eram as garotas e as cascavéis rastejando-se nas terras tórridas à procura de abrigo do sol  – E nesse puteiro formado por cabinas individuais as garotas atendiam seus clientes atrás de divisórias de vidros, algo como imensas janelas. E eles ao entrarem eram aguardados por elas e por fortes focos de luzes que, direcionados aos rostos das garotas impediam as feições dos clientes. E os sujeitos impunham-lhe  posições, trejeitos, caras e bocas através de orientações pelos microfones. Portanto era  apenas uma questão de tempo, e então elas ouviam os gemidos de seus gozos ao chegarem ao ápice. – Contudo foi melancólica e deprimente a cena em que o personagem reconhecendo a esposa pediu  para que ela se masturbasse.

Terminado o filme senti que ele roubara alguma coisa de mim nos pensamentos que se intercalavam entre os lixos japoneses e a dolorosa situação vivida por um homem tão perdido como um puteiro no meio de cobras e deserto. Introspectivo e sem conseguir me desvencilhar da cena da masturbação eu perambulei pelos cômodos da casa até decidir tomar algumas cervejas. Por volta das oito da noite e eu havia consumido mais de uma dúzia de latinhas quando a porta se abriu abruptadamente e Glória surgiu. Confirmei no relógio e ela voltara duas horas antes do previsto – Sua feição denotava ódio:

-Aquele filho da puta! Aquele escroto de merda me encurralou nas prateleiras e me pressionou de encontro aos tecidos tentando deslizar a sua mão nojenta em mim – Glória esbravejou contorcendo o corpo, indicando o local onde ele a tocara. Eu a olhei, aturdido. Glória estava furiosa demais para parar:

-Ah, mas ele viu com quantos paus se faz uma canoa – Ah se viu! Empurrei-o para o lado e peguei uma tesoura ao alcance da mão e me fui á sua direção!–

-E conseguiu espetá-lo? – Perguntei preocupado.

-Que nada! O filho duma égua deu sorte. Soraia e mais duas garotas ouvindo os seus pedidos de socorro atracaram-se comigo e tiraram a tesoura da minha mão – Respondeu insatisfeita e com os olhos cuspindo fúria.

-Glória, porque não mandou esse cara se foder? – Argui.

-E você acha que não mandei? – Semana que vem passo lá só para receber o meu cheque

Glória estava tão fora de si que atirou a bolsa de encontro ao sofá ao mesmo tempo em que se desvencilhava dos saltos e da justa saia verde. Depois de alguns momentos ela envolta numa toalha se dirigiu ao banheiro - “Eu sou terrível/ E é bom parar/ De desse jeito/Me provocar” - Eu a ouvi cantar, aliás, esbravejar fora do tom. Logo após ouço o barulho da porta do Box se abrindo – Pra variar, Roberto Carlos, até nas horas mais difíceis continuava soberano -

Assim que escuto o som da eletricidade agindo no chuveiro algo me vem à mente e eu pego o caderno e escrevo: dificuldades para assimilar a que me desafiava:

 “Despida de roupas e pudores a louca profana foi fecundada por quinze homens de gesso nas melancólicas corredeiras do rio Saigon” - Leio, releio, e insisto em voz alta.

-Que merda! – Gemi. Eu simplesmente não sabia o que fazer com aquilo.

Depois de 20 minutos Glória sai do banho num transparente baby-doll branco - Ela estava ótima e parecia que o banho quente havia a acalmado. Ela até sorria.

-Daw, vamos pedir uma pizza de escarola e aliche?

-Vamos! E sem esquecer-se da camada extra de mussarela! – Concordei rumando ao telefone - Glória e eu adorávamos o contraste da verdura e o peixe salgado. E também era bom para descontrairmos.

E ela continuava me fitando naqueles imensos olhos negros. E ela sorria um sorriso que conhecia bem, um sorriso lindo em lábios isentos de batom.

-Paizinho, depois da pizza vamos ver esse filme que aluguei? – Disse com o DVD na mão. Depois, indecisa e olhando para a capa do filme questionou:

– Daw... se Paris é na França e Texas, nos Estados Unidos, como pode ser Paris-Texas? –

-Sim, claro que pode. Não só pode como é! – Eu respondi olhando atentamente para formato dos protuberantes seios espremidos por debaixo daquela misericordiosa transparência. Logo após ela vestiu um robe lilás e extremamente feminino –

– Ah, é assim, vou te explicar - Pigarreei ao vê-la dar o nó no tecido.

Então inventei que havia assistido ao filme e ele retratava a época da “Guerra Fria” e contava a estória de dois espiões que se odiavam; um americano e o outro, francês.
E mesmo que trabalhando em conjunto e para uma só causa, cada qual tentava ser mais preciso na espionagem contra a poderosa KGB da ex União Soviética.

- E foi assim... uma estória idiota que termina com cada um  planejando a morte do outro – Concluí bocejante para uma Glória atenta ao que eu dizia –

Glória olhou novamente para a capa do DVD com indiferença e calmamente o repousou acima do rack da TV - Ela odiava filmes de ação – Foi bom para mim, pois me livrava de outro momento de depressão.

Caminhando na direção do telefone olhei os outros dois DVDs que ela trouxera e escolhi um de capa engraçada - “Faça a coisa certa” Dizia o título - Um grande filme que narrava de forma divertida e dramática o preconceito americano diante dos negros e emigrantes de descendência latina.  Nesse meio tempo Glória estava às voltas com a nossa cama e ajeitava os travesseiros para que pudéssemos assistir à fita.

-Por favor, também mande meia dúzia de cervejas em lata e um Guaraná Diet. de 2 litros– Pedi para o rapaz da pizzaria.

Do telefone fui para o banho e após uns 25 minutos retornei de barba feita e recendendo à água de colônia. Glória já me esperava debaixo do edredom. Ao lado, na mesinha de cabeceira uma redonda caixa de pizza nos aguardava ladeadas por pratos, talheres, cerveja e um copo de refrigerante – Abri a cerveja e a caixa e a pizza e a sua aparência estava ótima. Fechei-a. Ela sorria quando me deitei, dei um gole na cerveja e me ajeitei ao seu lado. Glória persistia sorrindo ao exalar o odor do meu corpo. Suavemente ela roçava a língua em todo o meu peito e, depois, como era de se esperar enfiou a língua em minha boca – Eu sabia o que significava aquilo - Sensualmente entrelaçou suas pernas nas minhas enquanto o disco do DVD em funcionamento apresentava trailers de outros filmes.

Líamos os letreiros do “Faça a coisa certa” quando meus pensamentos voaram para um lugar distante – Eu tentava imaginar como eu faria para possuir alguém nas corredeiras do Rio Saigon – Voltando à realidade, olhei pausadamente para os negros olhos de Glória – Ela estava magnífica – Eu sorria quando me ocorreu que tanto a pergunta como a resposta sempre estivera ali ao meu lado e alcance – Eu achara a solução para o meu grande dilema sem necessitar longe – Por fração de segundos relembrei a decepção do mosquito – Não, comigo não será assim.  Disse para mim ao agarrá-la pela cintura e a beijá-la com volúpia deslizando meus dedos por debaixo do robe - Glória estava excitada.  Com delicadeza desfiz o nó do roupão apreciei o seu corpo seminu, apenas adornado pelo baby-doll transparente - O filme teria que esperar. “Coisas certas” estavam sendo feitas, não numa corredeira, mas acima de uma cama de imbuia maciça.
Na caixa, a pizza ainda permanecia com os pedaços unidos, porém prontos para serem degustados. Tanto nós como eles sabíamos que a noite seria das melhores.

-Bzzzzzzzzzzzzzzz – Zuni suavemente em seu ouvido.

-Aiiii meu mosquitão! – Exclamou e depois riu suave e feminina.

Eu estava com tudo! Ela apenas me cutucou e riu.  Eu também ri e respondi que de certa forma eu sempre fora um díptero. Ela fez uma expressão de quem não compreendera, e o que não evitou que os negros olhos deixassem de ler a minha alma. “Eu te amo, Daw” ela sussurrou enquanto me apertava por cima da braguilha. Uma sensação boa transbordava em mim, e sentia-me capaz de possuí-la nas violentas corredeiras de um rio qualquer, mesmo o de Saigon. Ela continuou sorrindo e pressionando meu corpo cada vez mais forte. Eu a beijei apaixonadamente e selei o seu corpo junto ao meu como se fossemos a extensão um do outro. Eu apenas torcia para que aquele sentimento jamais terminasse e que não houvesse dor que me fizesse reencontrá-la. Para nós, Paris Texas era e seria apenas um lugar distante

CopirraitiSet2009
Véio China ©





Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, meu amigo lindo

Lindo romance...

beijos

sou sua fã..rsrs

Déa